A polêmica do corte do repasse da prefeitura do Rio de Janeiro às
escolas de samba para o próximo carnaval chegou ao ponto de maior tensão
na noite desta quinta-feira em uma audiência pública na Câmara de
Vereadores. O evento foi organizado pela Comissão Especial de Carnaval e
contou com depoimentos de sambistas, dirigentes e integrantes do poder
público. Representado a secretária municipal de Cultura, Nilcemar
Nogueira, seu chefe de gabinete, Vagner Fernandes, defendeu o corte
proposto pelo prefeito Marcelo Crivella e respondeu aos ataques que o
alcaide vem sofrendo por agir contra o carnaval por motivação religiosa.

As declarações não caíram bem para os sambistas presentes e Vagner
teve de conviver com algumas vaias vindas das galerias do parlamento
municipal. O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães confrontou o
colega de mesa durante a audiência pública.

O presidente portelense continuou e foi ovacionado pelo público.
– O carnaval é um espetáculo nacional, orgulho da nossa nação. Festa
gestada por filhos e netos de homens e mulheres escravizados, nos
devolvendo o nosso maior orgulho, que é o samba. Vão mudar a regra
durante o jogo: ‘Como vou pagar meus funcionários se eu já havia
iniciado o projeto’. Não houve diálogo algum, houve uma canetada. O
diálogo começou agora, mas até esse momento não houve. Por que é tão
difícil para as escolas terem um organograma de recebimento da verba?
Enquanto as escolas forem tratadas dessa forma eu acharei essa história
de maior espetáculo uma enorme cascata. Vamos avançar nessa luta
esperando que não seja uma motivação religiosa. Compreendo a opinião
pública que considera que tirar dinheiro do carnaval para creches é algo
necessário. Mas não esperamos de um prefeito uma medida financeira, mas
sim econômica – finalizou Luis Carlos Magalhães.
Vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco também atacou a fala do
chefe de gabinete de Nilcemar e acusou a secretaria de Cultura de não
realizar ações nas escolas de samba.
– O samba não vai acabar é claro. Mas não é porque diz a secretária
de Cultura e sim porque os sambistas não vão permitir. A Secretaria
Municipal de Cultura não realiza ação cultural nas quadras de nenhuma
escola de samba do nosso município – afirmou.
FONTE: CARNAVALESCO
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