
– Somos muito bem recebidos no Salgueiro. É uma festa aberta ao
público e com a característica de ter uma divulgação. Tivemos um belo
show do Xande. Todo mundo fala da crise e das dificuldades, mas as
escolas vão se superar e fazer o maior carnaval de todos os tempos.
Vamos fazer como a água, contornar os obstáculos e fazer um grande
espetáculo – disse o presidente Jorge Castanheira.
Veja abaixo a análise de cada apresentação:
Império Serrano: Na sua volta ao Grupo Especial, o
Império Serrano ainda tem muito espaço para crescer. O samba na festa
sentiu a pouca presença de imperianos na torcida e não teve grande
rendimento. Destaque para a ótima apresentação do casal Feliciano e
Raphaela Caboclo. Marquinho Art Samba está totalmente familiarizado com a
obra, mas o seu talento nos leva a crer que o sucesso do Império
Serrano em 2018 ainda tem um caminho para ser construído.
Paraíso do Tuiuti: Uma das grandes apresentações da
noite. A abertura com Grazzi Brasil já desponta com um dos momentos mais
bonitos do Carnaval 2018. Celsinho Mody e Nino do Milênio conduziram o
samba com perfeição e muita garra. Impressiona a grande sincronia do
trio, apesar do pouco tempo de trabalho. Foi um dos sambas mais cantados
pelo público. Além do belo samba, o Tuiuti também está bem servido com o
seu casal e mestre-sala e porta-bandeira Marlon e Danielle Nascimento.
Unidos da Tijuca: Outro exemplo de samba-enredo que
ainda pode crescer muito até o carnaval. Com a força da comunidade
tijucana, a obra sobre Miguel Falabella tem espaço para ganhar o coração
do público. Tinga, o maior vencedor de finais em 2017 para 2018, já
possui grande afinidade com a composição. Muita atenção com o casal
tijucano. Alex Marcelino e Jacke fizeram uma apresentação de “dar água
na boca”, uma beleza de sincronia, cortejo, garra e amor ao pavilhão da
Tijuca.
Vila Isabel: Igor Sorriso foi o destaque valorizando
a apresentação. O cantor sabe como poucos conduzir uma apresentação.
Também tem espaço para crescer e ganhar o coração e o canto do povo do
samba. Raphael e Denadir formam um dos casais que já nasce com a cara da
nota máxima.
São Clemente: Leozinho Nunes, mais uma vez, roubou a
cena fantasiado de pintor. Uma atuação de gala do cantor da São
Clemente. Demonstra muita maturidade em seu terceiro ano apenas como o
intérprete oficial. O samba teve ótimo rendimento e foi muito bem
acompanhado pela dança do casal Fabricio e Amanda Poblete.
União da Ilha: Ito Melodia é um dos grandes
intérpretes do carnaval. Empolgou o público primeiro cantando o
inesquecível ‘É Hoje’ de 1982. Sua atuação foi impecável e valorizou
muito um samba que poderia ter um rendimento apenas de mediano para bom e
foi uma das grandes surpresas da noite. Phelipe Lemos e Dandara
Ventapane formam um dos casais principais do Grupo Especial.
Imperatriz: Samba que demonstra toda a sua qualidade
a cada apresentação. Arthur Franco demonstra muita segurança na
condução da obra. Muito cantado pelo público presente na quadra do
Salgueiro. O casal Thiaguinho e Rafaela é sinônimo de beleza, na união,
na dança e na elegância de sua exibição. A Imperatriz promete ser uma
das escolas mais aguardadas de 2018. Escola recuperou seus tempos de
ótimos desfiles, embora, tenha sido injustamente julgada em 2017 e tenha
ficado fora do sábado das campeãs.
Beija-Flor: Sem Neguinho da Beija-Flor, a escola não
abaixou a cabeça e mostrou todo o potencial de sua composição. Como é
um samba muito conhecido já do público geral praticamente toda a quadra
cantou o samba junto do intérprete Bakaninha, que cresce a cada ano e já
tm o DNA nilopolitano. Claudinho e Selminha Sorriso são impecáveis.
Dança, canto do samba, amor ao pavilhão, e, acima de tudo, muito
respeito ao samba e ao carnaval.
Grande Rio: Muito criticado pela sua qualidade, o
samba foi o que mostrou maior valentia em sua apresentação. Méritos para
o intérprete Emerson Dias e o mestre de bateria Thiago Diogo. A
apresentação enlouqueceu o público presente na quadra e demonstrou o que
pode ocorrer na avenida. Apesar disso, a escola esqueceu do limite de
três passadas e cantou por quatro vezes seu samba-enredo. É necessário
recuar o preconceito contra a Grande Rio. A comunidade é muito forte e a
escola possui em seus quesitos grandes componentes e que estão sempre
nas listas dos melhores.
Mangueira: Também muito popular, a obra mangueirense
teve uma forte apresentação, principalmente, pelo seu refrão principal,
que deve ser o mais entoado do próximo carnaval. A bateria se
apresentou com um andamento bem adequado à melodia do samba. Evelyn
Bastos, como sempre, um colírio na dança e na beleza. Impressiona, a
perfeição da dança do mestre-sala Matheus e da sincronia com a
porta-bandeira Squel.
Salgueiro: O fator ‘casa’ influenciou é claro. Mas a
comunidade salgueirense mostrou seu valor cantando muito o bom samba da
Academia, que foi muito bem interpretado pela trio Leonardo Bessa,
Hudson Luiz, é Tuninho Junior. A bateria Furiosa deu um gostinho do que
vai apresentar na avenida com uma condução excelente da composição. O
refrão se mostrou muito forte. Vai ser difícil segurar o Salgueiro em
2018. Sidclei e Marcella Alves seguem perfeitos. É uma das fortes
candidatas, sem dúvida, ao título de 2018. Tem samba, enredo, quesitos
fortes e desfila na segunda-feira.
Portela: Gilsinho demonstrou toda sua categoria na
condução. o samba ainda pode ter um melhor rendimento com a presença
maior dos componentes portelenses. Novamente, a obra deve ajudar e muito
para o sucesso da Águia. Marlon e Lucinha Nobre dançam demais. Que
casal! Dignificam a arte do mestre-sala e da porta-bandeira.
Mocidade: Encerramento digno do grande CD de 2018. O
samba já é muito conhecido até por torcedores de outras escolas. Wander
Pires encantou com sua inconfundível interpretação daquele que deve ser
um dos sambas mais premiados do carnaval. Praticamente toda a obra fez o
público cantar a plenos pulmões. A polêmica introdução do CD foi
repetida no palco do Salgueiro e funcionou muito bom. Marcinho e Cris
Caldas foram feitos um para o outro. A Mocidade não sentiu a troca de
seu mestre-sala. O título de 2017 fez renascer uma das maiores escolas
de samba do carnaval. O clima é de total alto astral em Padre Miguel.
Realmente, a Mocidade voltou. Bom para os independentes e bom para o
carnaval.
FONTE: CARNAVALESCO
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